sábado, setembro 24, 2011

Um Pianista e Um Piano

Em conversa num grupo alargado de mulheres da minha geração, de todos os estados civis, discutia-se o que nos prenderia a um homem por toda a vida.
Para além de todos os lugares-comuns, óbvio.

Falou-se na compatibilidade de feitios, fundamental, na amizade que fica, no olhar bom.

Eu disse: escolher um pianista e um piano.

Ficou tudo em silêncio, à espera de complemento a uma afirmação que necessita de mais pormenor. Até porque as caras denunciavam um misto de perplexidade e de compaixão. Sim, as presentes são inteligentes e perspicazes qb, daí talvez as tenha assaltado um pensamento imediato: um piano? não basta o pianista?

Bom, acontece que haveria um piano porque seguramente ele precisaria dele sempre para poder estudar, praticar e...tocar.

Confesso. em casa dos meus pais sempre houve piano. O meu pai arranhava umas coisas e nós os três filhos aprendemos mas nunca passámos de básicos tocadores.

Uma vez o meu irmão levou um amigo lá a casa, esse sim fazia sair daquelas teclas qualquer coisa de extraordinário. Acreditem ou não, fiquei petreficada olhando aquelas mãos o tempo todo que durou a performance e nem me lembro da cara dele.
Tinha 15 anos.

Concluindo. Um pianista de cada vez que toca transporta-me a outro mundo. Tocar um piano é um dos mais bonitos actos de sedução.
Dirigido só para mim seria sempre o supremo grito de amor.

Um pianista, um piano, uma casa, a música tocada com o olhar no meu, de todas as vezes.
A paixão eterna...

domingo, setembro 11, 2011

Do Número 11

Pois, este amor pelo número 11 que não se abalou pelos acontecimentos de há dez anos atrás.

Também era melhor...é só um número, dirão muitos.
É!

Naquele dia, ao assistir a tudo, em directo, pela TV não me ocorria a data, como calculais. Estava dormente, fixada em imagens que teimava em achar que só podiam ser dum qualquer realizador brilhante e de muito mau gosto.
Aquilo NÃO PODIA SER!

As pessoas a saltarem...que só percebi que eram pessoas porque uma câmara às tanta resolveu fazer o Zoom que mudou tudo!

Hoje, passados dez anos, aquelas imagens têm o mesmo impacto e isso é extraordinário.

A ferida continua aberta.

E a cura começou asneirenta, cheia de tiros ao lado!

Talvez por isso ainda doa! Tanto como naquele dia...