sexta-feira, fevereiro 29, 2008

sábado, fevereiro 23, 2008

Há muito tempo...

...fui conhecer uma quinta. Nessa quinta havia árvores de fruto e outras só de folhas de todos os feitios.
E havia flores, não muitas porque era Inverno mas a aguardarem explodir em mil na Primavera.

Havia um tractor. E enxadas e pás. E rega.

Também havia um espanta espíritos (paradoxo ali, naquele sítio mágico, casa deles) que tilintava amiúde com o vento da estação fria.

Depois havia ao fundo uma Garça que, parece, era rara por ali.
Não devia ser Real.
Só daquelas normais, que gostam de quintas simples onde reina o cheiro da terra e dos limões.
E das laranjas.
Apareceu naquele dia porque se sentiu em casa, não só na terra, nos pomares, nos aromas, mas talvez nas pessoas que lá estavam, nessa quinta.

(e no Verão, aqueles figos, o sabor...e páro por aqui)

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Cabrrrrummm!

04h07'

Trovão.

Acordo sobressaltada dum sonho em que comia um gelado quente, que partilhava com colegas de quarto duma outra cidade em que estudava. Só eu sentia que aquilo estava ao contrário. Que devia refrescar e não saber a chá.

Bom, sonhos à parte, acordada, fiquei desperta e contente. Gosto de tempestades e, como durmo de persianas abertas, vivo o 'lá fora' como se fosse 'cá dentro'. Esperei a luz do próximo relâmpago que não demorou. Lindo. O meu quarto azul à cause e eu quentinha, enroscada no edredon de penas, aguardando o ribombar dos tambores que o céu às vezes nos dá, como uma orquestra só de percurssão e especialmente para nós, humanos, nos lembrarmos dele, do céu.

Fiquei ali, sossegada, a gozar o concerto.
Adormeci sem saber se cheguei ao fim da peça escrita pelas nuvens.

Pensei, no entanto, que bom seria tê-la partilhado de mão dada com alguém, além da almofada, do colchão e das penas que, fofas, me envolveram a pele cobertas por aquele algodão gasto da capa florida (os lençóis gastos são o melhor que há).

Depois, lá para as 7h, como de costume, acordei. Curiosamente mais descansada que muitas vezes em que as horas que durmo se somam com resultados de maiores dígitos.

Gosto de ter uma casa.
Gosto desse aconchego.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Da Música Que (me) Toca

Depende uma miríade de coisas:

- o que aqui escrevo;
- como atendo o telefone;
- os cozinhados que invento.

Tenho esta ligação estranha com os acordes e as letras que ouço e aquilo que os meus neurónios obrigam os meus membros - e não só, uma vez que têm também ligação directa às glândulas lacrimais - a fazer.

No escritório toca agora Pink Floyd.
Dá-me a nostalgia e penso escrever sobre aquela festa de garagem em que o Jorge me disse que sempre gostou de mim (sendo que o sempre, naquela altura, era necessariamente pouco porque ambos tínhamos 15 anos de existência) e que gostava de namorar comigo.
Era verdade.
E eu sabia mas não correspondi e foi um drama (para ambos).

Ontem, quando ouvia The Whole of The Moon tocou o telefone. Merda, pensei. Lá vou ter de inventar mais uma constipação (é uma óptima desculpa para congestões nasais doutras origens).
É que estava tão longe daqui.
Estava nos anos 80 e ainda podia fazer escolhas e ia fazê-las...bem.
Quem me ligou desejou-me as melhoras.

Na cozinha, entre tachos e panelas com o rádio no volume acima do razoável - obrigada A., e ao teu pai que não sonharia que o artefacto que te deixou me inspira diariamente :) - cozinho coisas deliciosas.
Invento consoante o humor e esse vem também daquilo que toca lá.
Os meus filhos agradecem.
Eu, que estou em dieta tentando em vão largar os 20kg que ganhei à conta de medicação que não me larga, regozijo-me a ve-los degustar as minhas invenções ao som de Fields of Gold.

Obrigada Sting!!!

sábado, fevereiro 09, 2008

Surpresa Com Destinatário!




Meditação sobre o Rio Tejo

Marini Portugal


Gaivotas planando no ar,

Sobre as águas do meu rio,

Vens de longe, muito longe,

Leva-me para o mar…



Vejo-te com os olhos da memória,

Dos séculos que partiram…

Incógnita de tantos sonhos

Que se alcançaram

E que se perderam…



Guardador do templo e do tempo,

Tu és um mistério…



De ti partiu o sonho, a obra, a vida, a morte…

A tua tranquilidade nos reflexos trémulos das luzes

É a ansiedade e o medo do porto de partida,

O presságio supersticioso das tempestades,

De tantos que foram e naufragaram…



És porto de abrigo da doçura dos torna viagem…

Nos teus silêncios guardas segredos insondáveis,

Ai!... Se falasses dos actos de valentia e bravura,

Das omissões e das esperanças traídas,

De tantas cobardias e traições…



Testemunha de rotas para o mar largo do Mundo,

Origem dos cruzamentos de todos os destinos,

Nessa epopeia do mar sem fim português…

Testemunha também da cobiça de tantos,

E da epopeia secular do abandono…



Da sorte mártir dos esquecidos da Ásia e da África…

Que dizer das soturnas luzes sonâmbulas

Da escravatura e da corrupção nos navios e no comércio! …

Tão bem assimilada e hoje consagrada nas tuas margens,

A teus olhos, na política, no governo, no betão…



Ruas, avenidas, praças, arranha-céus, engarrafamentos,

É a cidade das luzes e luzes da falta de glória…

Emaranhado corrupto das formas de vida…

Rio Tejo!... Parece que desde sempre te contradizes

No sentido do curso da corrente das tuas águas…



De início foste o mar do nosso esplendor,

Depois nas contracorrentes dele te afastaste,

E, hoje, nos atiras terra adentro,

Nesta pequena terra dos homens,

Proibindo-nos a tua alma de antanho…



Das praias alvíssimas, das tempestades tropicais,

Do mar azul, dos oceanos sem fim,

Pacífico, Índico e Atlântico…

Das gentes do nosso contentamento,

Das terras que foram nosso destino…



Rio Tejo!... Foste o destino do ontem português…

E hoje Rio Tejo?!... Que destino para o meu País?...


Portugal, 2007

(promessa cumprida)

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Em Vida

Para quantas pessoas terei morrido?

Às vezes penso nisso...

P.S Tenho medo que já sejam muitas.

P.S.S. Ou seja, não se esqueçam de mim, não?

Bom, eu explico.
Hoje descobri uma ferramenta que me permite ver quem me apagou do Messenger. Tantos. Tão importantes.
Embora eu já tenha feito o mesmo, doeu. Fundo.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Um Bocadinho Irritada...

Reproduzo aqui o comentário da caixa do Poste dos cachorrinhos Golden Retriever para dar:

"Atenção: a mensagem que por Portugal circula já data de 2001/2002. A ninhada de 6 cachorrinhos Golden Retriever (que afinal eram 7) já se transformou numa lenda. P.f. consutem http://www.quatrocantos.com/LENDAS/111_golden_retriever.htm.
Não se empolguem com estes, que já são adultos. Empolguem-se com outros cachorrinhos (Golden Retriever ou não) que por aí estão, à espera de um amigo!"



Foi um anónimo que a deixou e vale o que vale, não sei da sua veracidade.

O tom paternalista de recado ou ralhete é que me arrelia.
E eu explico.

Parece que agora é de mau tom, para os amigos dos animais, ter um cão de raça pura. Parece que se gosta menos ou que o animal é diferente, coitado, por ser de linhagem irrepreensível.
Parece que o que é bonito e fica bem, agora, é ter um rafeirinho mesmo muito feio que é assim que se prova que se é amigo do animal.

Poupem-me.

Eu por acaso tenho uma rafeira que não parece mas sempre soube que era. E que adoptei por 0€.
Mas podia ter um Golden Retriever que me tivesse custado 500€ que não o amava menos por isso.
Percebem-me?

Acho que, de repente, os humanos medem os animais como se medem a si próprios e se pedem piedades que não merecem quando falham na vida transportando-as para eles.
Por favor, os nossos amigos do dia a dia nem sabem de que raça são.
Só querem mimo, cuidados e atenção.
E retribuem em triplo, tenham ou não LOP, sejam ou não filhos de campeões de exposição, tenham ou não sido recolhidos dum canil manhoso com probabilidade zero de sobreviver.

Bolas!

Eu gostava da Mousse mesmo se ela fosse uma pura Retriever do Labrador Castanha que, no mercado, custa uma pipa de massa.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Há um ano atrás, às 11h e 20'...

O meu pai morreu um bocadinho...
Morreu um bocadão...
Durante um mês. Ia, não ia, ia, não ia.

Não foi!

Hoje, fui com ele comprar óleo para o meu carro porque por mim punha do Fula ó do VêGê ó assim.

Ai Pai...ai eu.